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Família Maciel e Sua Origem (Atualizado 2024)

Nesse artigo sobre a Familia Maciel, você ira encontrar mais informações atualizadas sobre esta familia.

Segundo o Armorial Lusitano (Obra de referência para os estudos heráldicos, históricos e nobiliárquicos), uma antiga família em Portugal tem suas raízes na França. Na freguesia de Darque, no concelho de Viana do Castelo, existia um espaço ancestral que pertencia à Casa de Bragança e é tradicionalmente considerado o Solar dos Maciéis.

Diz a tradição que a familia Maciel teria auxiliado D. Afonso Henriques na conquista do Reino aos Mouros. Há também a crença de que os Maciéis foram pioneiros na povoação da vila de Viana e que possuíam a alcaidaria (O alcaide era o governador de uma cidade ou vila acastelada ou fortificada, durante a Idade Média.) de Vila Nova de Cerveira. No entanto, devido ao fato de que sua genealogia só foi conhecida tardiamente, é improvável que tenham uma antiguidade atribuída.

O mais antigo conhecido com o sobrenome é Gonçalo Anes Maciel, pai de Bartolomeu Gonçalves Maciel, que viveu por volta de 1500 e foi comendatário do Mosteiro de Palma. Bartolomeu teve filhos com Simoa Pires de Faria, filha de Pedro de Faria e neta de Antônio Gonçalves de Faria, além de possivelmente outras mulheres. Esses descendentes seguiram o sobrenome Maciel e geraram sua linhagem.

Registros da Familia Maciel no Nobiliário de Famílias de Portugal – Tomo 19 pág. 41

Tradução: É muito nobre a Família de Macieis, e antiga, de sorte que foram os primeiros Macieis dos primeiros povoadores da vila de Viana da Foz do Lima, tem seu Solar na freguesia de S. Sebastião de Darque, termo da vila de Barcelos defronte da mesma vila de Viana, onde se acham ainda a pouco ruínas do mesmo Solar (Era este Solar junto ao Cais Velho do lugar de Darque) o qual era tão estimado que indo os Carmelitas Descalços pedir ao Rei D. João IV a pedra do dito Solar para o Convento que fizeram na vila d Viana, pelo não mandar demolir perguntou o dito Rei quanto valeria a pedra dele, e dizendo-lhe que 80000 mil réis lhos mandou dar o dito Rei e não quis se demolisse aquele Solar de Macieis.

É tradição que eram os primeiros Macieis descendentes dum Fidalgo Francês deste apelido que passou a este Reino e talvez que este Fidalgo fosse Alcaide Mor de Vila Nova de Cerveira, por na maior parte das memórias desta Família se dizerem descendentes do Maciel Alcaide Mor da dita vila, não achei até hoje ttº. desta família e não sei que alguém escrevesse mais que substancialmente do seu princípio e tão pouco disseram que é como se o não fizessem, tendo esta família a desgraça de escapar à pena dos Genealógicos antigos tendo escrito de outras de menos qualidade.

Sendo certo que nesta Província poucos são os Costados em que se não ache este apelido, ou ao menos se acha no de muitas pessoas de qualidade; eu creio que a falta de empregos nobres, e uma situação pobre, e de agricultura reduziria a termos de não figurar, e do culpável descuido das suas memórias; por isso em obséquio de alguns dela deduzimos a ordem algumas linhas que podemos achar até que se descubra o mais que falta.

A Nobliarquia Portuguesa fala com alguma confusão de suas Armas. São elas o campo em pala na 1ª um Castelo de Ouro em Campo Vermelho, e por baixo do castelo em campo azul duas flores e Liz de ouro em pala e na outra pala a metade de uma águia negra em campo de ouro, assim as vi num Livro de Armaria antigo e por timbre meia águia sobre elmo branco.

Porém a Nobliarquia Portuguesa lhe dá por Armas o Campo partido em pala, o 1º de prata com duas flores de Liz azuis em pala, e no segundo de preto uma meia águia vermelha armada de ouro, e posto que a dita Nobliarquia diz é posta esta águia em campo de prata isto é equivocação pelo Brasão que se passou a Lourenço Annes Maciel de que falamos no § 8 N 4 Timbre uma águia de ouro estendida, sobre elmo de prata, e azul é o que se dá no dito Brasão, e a Nobliarquia lhe dá por timbre uma flor de Liz azul acompanhada com ramos de Macieira verde, e Macains de prata, ainda que este timbre é o que está mais conforme com as Leis de Armaria, por dever ser uma parte ou peça do escudo da pare direita contudo nós seguimos o dito Brasão.

Talvez as primeiras Armas de que falamos seriam as primeiras dos desta Família, e depois se alterariam; o mesmo Brasão que se deu a Lourenço Annes se deu a Francisco Bezerra Maciel no § 23 N 2 que eu vi (Armas ve § 5 N 7 e § 23 N 2).

Se você quiser conferir mais páginas da fonte no FamilySearch, acesse aqui: LINK

No livro Anais do Museu Histórico Nacional – Volume XIV 1953 (página 268-270)

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No livro Registo genealógico de famílias que passaram à Madeira de Luíz Peter Clode – Página 194

Se você quiser conferir mais páginas do livro Registo genealógico de famílias que passaram à Madeira, acesse aqui: LINK

Depois de mais pesquisas sobre a familia Maciel, foi encontrado algo bem diferente que se vê normalmente em outros blogs e sites. O que é descoberto até então é que a familia Maciel tem uma origem da França, o mais antigo registro é de Gonçalo Annes Maciel, e que eles teriam ido a Portugal para lutar junto com Dom Afonso Henriques.

Depois de ler o blog de Gilda Maciel Corrêa Meyer Russomano, encontramos estas outras teorias e informações:

O Arquivo Nacional da Torre do Tombo encaminhou, através do Ofício nº 222 datado de 20 de junho de 1961, os “Autos de Nobilitate Probanda” para o Arquivo Histórico Ultramarino. J.F. de Assumpção Santos contribuiu com acréscimos a essa redescoberta, concentrando-se nas linhagens dos Maciéis e dos Antunes, fundamentais para a formação da linhagem dos Antunes Maciéis.

Os estudos genealógicos iniciam com a linhagem vianense da Familia Maciel, conforme abordado por Manoel José da Costa de Felgueiras Gayo (1750-1831), autor do “Nobiliário de Famílias de Portugal,” publicado em Braga, Portugal, em 1939, em 29 volumes (Vol. XIX para os Maciéis). Gayo retoma a análise dos Maciéis minhotos após um século e meio de Christovão Alão de Moraes, focalizando Gonçalo Annes Maciel, do século XV, descendente de João Maciel, Alcaide-Mor de Villa Nova de Cerveira, cujo solar, no Castelo de Darque, remonta ao século XIII.

No que diz respeito aos Antunes, J.F. de Assumpção Santos, no mesmo Apêndice Genealógico, confirma as declarações de Victoriano Borges da Fonseca (1718-1786), autor da “Nobiliarquia Pernambucana,” cujos manuscritos foram divulgados por Rodolfo Garcia em 1935. Fonseca afirma que a família Antunes descende de Roque Antunes (Correia), do século XVII, que buscou habilitação ao Hábito da Ordem de Cristo, tornando-se Cavaleiro Professo, além de desempenhar o papel de Tenente de Mestre de Campo General de Infantaria na Corte, Província de Estremadura, como oficial favorecido por El Rei D. Pedro 2º de Portugal.

Além disso, a origem do sobrenome “Maciel” remonta ao nome francês “Monsieur,” que, ao aportuguesar-se como “Maceira,” levanta questões intrigantes sobre a família. A pesquisa do Dr. Salvato Vila Verde Pires Trigo, Reitor da Universidade Fernando Pessoa, revela que os Monsieurs eram originários da Bourgogne. No entanto, Arnaldo Antunes Maciel Leal Medeiros propõe uma origem em Bayonne, sudoeste da França, próximo à Espanha, que, no século XII, ainda fazia parte da antiga Aquitânia. A região de Bayonne só foi anexada à França em meados do século XV. Se verdadeira uma dessas origens francesas, um Monsieur, talvez da Aquitânia ou já com esse sobrenome, pode ter chegado a Portugal por volta de 1120 ou 1125, para lutar ao lado de Dom Afonso Henriques, primeiro Rei português, também conhecido como Dom Afonso I.

Entre 1120 e 1125, as tropas do primeiro Monsieur que chegaram a Portugal adotaram um brasão bipartido, cujo design permaneceu praticamente inalterado até o século XV. Nessa época, o brasão passou por algumas modificações, especialmente no timbre. Este brasão inaugural dos Monsieur foi registrado no livro da família Maciel dos Paços de Probém e, segundo J.F. de Assumpção Santos, oferece insights sobre origens notavelmente antigas.

O brasão é composto, no campo esquerdo, por duas flores de lis azuis sobre meio escudo prata e meia águia bicéfala vermelha, armada de ouro, sobre meio escudo prata ou negro, dependendo da fonte, no campo direito. O timbre consiste em uma águia dourada com asas abertas, assemelhando-se à águia da Roma Antiga. Em relação à meia águia bicéfala, J.F. de Assumpção Santos sugere que ela atesta uma antiguidade significativa, associada à águia bicéfala da Roma Imperial tanto do Ocidente quanto do Oriente, uma tradição herdada pela Alemanha e pela Rússia Czarista. Vale destacar que, caso essa meia águia bicéfala tivesse origens na adotada pelo Imperador Carlos Magno, suas garras deveriam estar espalmadas, o que não é o caso aqui.

A página acima pertence à obra "Uma Linhagem Sul Rio-Grandense: os Antunes Maciel," de J.F. de Assumpção Santos, publicada pelo Instituto Genealógico Brasileiro. Apesar da ausência da data de edição, a página contém uma Introdução Geral do autor datada de 1957. Na disposição da página, as "Armas Modernas" estão à esquerda, enquanto as "Armas Antigas" encontram-se à direita.
Família Maciel e Sua Origem (Atualizado 2024) 1

A página acima pertence à obra “Uma Linhagem Sul Rio-Grandense: os Antunes Maciel,” de J.F. de Assumpção Santos, publicada pelo Instituto Genealógico Brasileiro. Apesar da ausência da data de edição, a página contém uma Introdução Geral do autor datada de 1957. Na disposição da página, as “Armas Modernas” estão à esquerda, enquanto as “Armas Antigas” encontram-se à direita.

Família Maciel e Sua Origem (Atualizado 2024) 2

O brasão em questão ainda é visível na fachada do antigo Palácio dos Barbosa Maciel, localizado no Largo de São Domingos em Viana do Castelo, Portugal. Atualmente, o edifício funciona como o Museu de Arte e Arqueologia da cidade. Construído no século XVIII, entre 1720 e 1724, inicialmente como residência, o palácio foi posteriormente adquirido em 1730 por João Barbosa Teixeira Maciel. Para mais informações, o endereço do museu está disponível na internet, e é possível realizar uma Visita Virtual de 360 graus ao Largo de São Domingos.

O Palácio dos Barbosa Maciel, localizado no Largo de São Domingos em Viana do Castelo, Portugal, atualmente abriga o Museu de Arte e Arqueologia.

Como mencionado anteriormente, o sobrenome Monsieur foi adaptado para Maceira em Portugal. Basta ouvir como os portugueses menos instruídos pronunciam “Monsieur” para entender facilmente a razão dessa mudança, possivelmente ocorrida no século XV, durante a alteração das Armas Antigas da família. Nas Armas Modernas do século XV, a principal mudança ocorreu no timbre, onde a águia dourada foi substituída por uma flor de lis, também de ouro, entre dois ramos de macieira, com frutos em prata. No escudo, a meia águia bicéfala passou a estar armada de negro. Este novo timbre, com a flor de lis e os ramos de macieira, não só sugere diretamente o nome “Maceira”, mas também parece alinhar-se com tempos menos belicosos dos Grandes Descobrimentos, mantendo, no entanto, a lembrança da origem real francesa da família por meio da adoção da flor de lis dourada.

De fato, em tempos antigos, os próprios Maciéis já haviam declarado sua origem francesa, como relata Alão (40, Tomo I, vol. 2, fl. 542). Segundo ele, os Maciéis seriam descendentes de fidalgos franceses que vieram para Portugal e se estabeleceram no Castelo de Darque, nas margens do Rio Lima. Segundo J.F. de Assumpção Santos, essas informações são confirmadas por autores modernos em 1957, que mencionam a existência de um antigo paço na Freguesia de Darque, que pertenceu à Casa de Bragança e que é tradicionalmente considerado o solar dos Maciéis.

Tudo indica que os MACIÉIS, assim como os Rubins e outros fidalgos franceses, podem ter entrado em Portugal no século XII. Sua possível participação como primeiros povoadores da Villa de Vianna, distante não muito considerável de Átrio (ou Calpe), reforça a crença de que foram dos primeiros a se estabelecer na região, beneficiada com o primeiro foral em 1258. Também se diz que os MACIÉIS foram responsáveis pela Alcaidaria de Vila Nova de Cerveira.

Esta é uma breve visão sobre a origem da Familia Maciel em Portugal. O segundo brasão conhecido da família, com as chamadas “Armas Modernas”, continuou sendo adotado pelo menos até os séculos XIX e XX, como parte dos brasões brasileiros dos Maciel e dos Antunes Maciel, como é evidenciado pelo brasão de Annibal Antunes Maciel (II), Barão de Três Serros, por exemplo.

Na representação acima, temos o Brasão do Barão de Três Serros, no qual se destaca a reprodução das Armas dos Maciel, conhecidas como “Antigas”, localizadas no quarteirão superior esquerdo. Além disso, observa-se a referência ao já então antigo ramo de macieira frutado, posicionado no centro.

Com uma certa confiança, pode-se afirmar que nos séculos XV e XVI, o sobrenome Maceira já havia evoluído para Maciel, ou, no mínimo, Maciél. Isso é corroborado pelo conhecimento da presença de Gonçalo Annes Maciél em Portugal durante esse período. Gonçalo era casado com Dona Clara Luiz, ambos reconhecidos como “fidalgos de brasão”. Eles eram pais, entre outros, de João Maciél, que, segundo relatos, deixou o Solar de Darque, localizado em Darque, Portugal, no lado oposto do Rio Lima em relação a Viana do Castelo. João Maciél, ainda jovem e solteiro, ou possivelmente já casado e com filha, teria migrado para o Brasil por volta de meados do século XVI.

Em uma das versões da história, João Maciel contraiu matrimônio no Brasil com uma filha de Paula (ou Catharina) Camacho. Em outra narrativa, ele teria se casado, possivelmente em segundas núpcias, com Paula Camacho, neta do ilustre Cacique guaianás Tebyreçá ou Tibiriçá, e filha da famosa índia paulista Bartira, fruto da união com João Ramalho, conhecido como João Maldonado.

Um parêntese é aberto para discutir João Ramalho, um personagem misterioso que chegou ao Brasil de forma desconhecida. Há especulações de que tenha sido um degredado, principalmente se fosse judeu ou cristão-novo (marrano). No entanto, a ideia de um degredado tornar-se Alcaide-Mor, como João Ramalho foi na Vila de Santo André da Borda do Campo, levanta dúvidas sobre essa teoria. A história de degredo pode ter sido inventada pelos padres, insatisfeitos ao encontrar europeus convivendo com indígenas sem o vínculo matrimonial, conforme era esperado na época.

João Maciel, por sua vez, pode ter se casado com uma filha de Paula Camacho. A mistura de um nobre franco-português com mulheres indígenas e mestiças brasileiras era comum devido à escassez de mulheres europeias nos primeiros tempos da colonização. A travessia oceânica e os desafios da nova terra tornavam a presença de mulheres europeias rara e impraticável. Dessa forma, muitos nobres europeus, seduzidos pela sensualidade local, formaram famílias com mulheres indígenas, simbolizando sua integração ao ambiente brasileiro.

Essas uniões resultaram na nobreza paulista, incluindo os Maciel brasileiros, que, além de ligarem-se a índios, estabeleceram conexões com outras famílias não indígenas. Uma filha de João Maciel, cujo nome não é mencionado, possivelmente casou-se com Antonio Antunes, filho de Bartholomeu Antunes, senhor de engenho na Ilha de Santo Amaro, inaugurando o ramo nacional dos Antunes Maciel. Ainda existe outra versão que sugere que João Maciel teria vindo para o Brasil já casado, acompanhado de uma filha casada com Antonio Antunes.

Mesmo que João Maciel tivesse raízes inteiramente portuguesas, pouco mudaria em relação às origens ameríndias da família Antunes Maciel como um todo. Anna Barbosa Maciel, mãe de Bernardo Antunes Maciel, ancestral do ramo gaúcho antigo dos Antunes Maciel, tinha ligações com o passado indígena por meio de suas antepassadas, sendo tataraneta de duas mulheres que eram índias puras ou mamelucas. Pelo lado paterno, Anna Barbosa Maciel e seu marido, Francisco Rodrigues Machado, eram ambos descendentes do Cacique Tibiriçá.

Fontes

  1. Free Family History and Genealogy Records — FamilySearch.org. Disponível em: <https://www.familysearch.org>.
  2. OS MACIEL. Disponível em: <https://gildamacielcmrussomano.blogspot.com/2015/11/os-maciel.html>. Acesso em: 11 mar. 2024.
  3. DOS, C. Maciel (família). Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Maciel_(fam%C3%ADlia)>.
  4. ‌Martins Zuquete, Dr. Afonso Eduardo. ARMORIAL LUSITANO. Editorial Enciclopédia Ltda., Lisboa, 1961

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